Alexandre Martins, cm.
(EBA)
Depois de décadas, e principalmente depois do Concílio Ecumênico Vaticano II, uma Congregação Mariana especializada para universitários é ereta no Brasil.
A Congregação Mariana Nossa Senhora Rainha da Paz e são Tomás de Aquino foi formada para congregar alunos da graduação e da pós-graduação dos cursos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
A Capelania Universitária esteve a cargo de vários sacerdotes, mas quando ingressei na UFRJ, em 1986, o capelão era o pe. Rafael. Com seu jeito peculiar, sabia transmitir a Palavra de Deus para um ambiente frio e ateu como o meio acadêmico brasileiro dos anos 1980. Seu exemplo e dinamismo contagiava a todos.
Entretanto, vários anos se passaram até que a Providência quisesse que uma Congregação da Beatíssima Virgem existisse em um meio científico.
Realmente, foi somente em 1995 que a Pastoral Universitária da UFRJ retomou algum ânimo depois de anos com uma assistência religiosa simplória e dedicada aos movimentos eclesiais especializados neste meio, como o “Comunhão e Libertação”.
Neste ano, estive em contato com o então bispo da PU, d. Rafael, e expus-lhe minha vontade de fazer algo pelo meio em que estava, embora estivesse para me graduar naqueles meses. Sua palavra até hoje ressoa em meus ouvidos: “Faça quantas Congregações quiser. Onde não está o Bem, o Mal avança...”
De posse de um contato dado por ele mesmo, o Joaquim, pesquisador da COPPE3, iniciamos reuniões simples de um “bate-papo” católico.
Outros se juntaram a nós e em algum tempo tínhamos uma dezena de jovens no CT4. A idéia era apenas reorganizar a PU, pois, como poderia existir uma CM, conjunto de “cristãos com sinal mais”, se nem havia “sinal de cristãos” ?
Mas com o primeiro CCEU5, em 1995, a PU da UFRJ ficou destacada, outras PUs foram sendo conhecidas e o Congresso teve a participação de mais de 300 universitários no Campus da UERJ, no bairro do Maracanã, Rio. De uma hora para outra, surgiram vários interessados em testemunhar a Fé nos campi. E de repente, um interesse por saber de onde eu era: o interesse pela Congregação Mariana.
As reuniões da CM eram realizadas em separado das da PU. Um dia para uma, outro dia para outra.
Em outubro de 1995, após a Ereção Canônica dada pelo então Cardeal D. Eugênio, foi celebrada a Santa Missa de Fundação, presidida pelo então capelão, padre José Luiz Jansen de Mello Neto – o “padre Zeca” – que ingressou na CM como seu primeiro Assistente, segundo o Privilégio Papal.
A primeira diretoria era:
Marcos Lima – Presidente (pesquisador da COPPE)
Célio Calixto Filho – secretário (aluno da Engenharia)
Lucas Tibúrcio Duarte – tesoureiro (formado pela ECO)
Márcio Marrocos de Araújo - (aluno da Engenharia)
Alexandre Martins (cm) – Instrutor; (formado pela EBA)
Posteriormente, Célio seria o padre Célio. Márcio seria o padre Márcio, encardinado na Arquidiocese do Rio. Lucas passaria uns anos no Seminário de Petrópolis (RJ), sendo o fundador da primeira CM para Seminaristas, que funciona até hoje. Depois, fora do seminário, mudaria para Brasília, trabalhando na Radiobrás.
A CM se expandiu para outros locais, sempre no Fundão, como o CCS e a Letras, embora houvesse membros de outros campi. Chegou a cerca de 30 membros em 1998.
A primeira home-page de CCMM do Brasil foi feita pela CM da UFRJ. A primeira lista de discussão na Internet esclusiva para congregados também. Haviam dois boletins mensais: o “Salve, Rainha” dirigido a membros da CM e para distribuição gratuita no campus; e o “Torre de Davi”, para membros do Aspirantado. Os CCEU seguintes tiveram a participação e colaboração de membros da CM. A PU da UFRJ era coordenada por membros da CM, sempre apoiando os movimentos e grupos católicos que quisessem existir na UFRJ, além de continuar com as reuniões católicas (sem algum carisma). Foram realizadas Santas Missas mensais para a comunidade acadêmica (alunos, professores e funcionários) em vários locais nos Campi, além das tradicionais Missas de Natal.
Atualmente, a CM da UFRJ ainda existe, procurando organizar-se em um meio racional, mas sedento de Deus, como é o meio acadêmico.